1 de dezembro de 2008

Brasileiros e a Especialização em Sustentabilidade

Esta postagem é para divulgar a novidade deste mês e mostrar que o Brasil está correndo atrás do crescimento sustentável!

Assim como os americanos criaram o selo LEED para certificar projetos de construções sustentáveis, o Brasil também está criando o seu selo verde. Chama-se AQUA (Alta qualidade Ambiental) e sai do papel este mês! Adaptado à realidade brasileira, surgiu à partir de um convênio entre a Fundação Vanzolini, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e o francês Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB).

O novo selo AQUA requer treinamento específico para quem for aplicá-lo. O que implica em cada vez mais profissionais especializados no assunto, embora nas universidades seja ainda muito difícil aprofundamentos no tema.

No Rio, a PUC tem cursos de extensão que diploma Especialistas em Sustentabilidade no Projeto, tendo como público s profissionais das áreas de arquitetura e urbanismo, design, geografia, engenharia, gestores e empreendedores. A Gama Filho abriu recentemente curso pós-graduação em arquitetura sustentável. Há também a possibilidade de freqüentar cursos de curta duração nas entidades que promovem a sustentabilidade na construção.

Segundo o site planeta sustentável,19 profissionais brasileiros já encararam a prova do selo americano LEED (em inglês) e se tornaram experts gabaritados pelo Conselho de Greenbuilding dos Estados Unidos. "Os clientes estrangeiros vêm exigindo projetos preparados para a certificação. Por isso, credenciamos um integrante da equipe", conta o arquiteto Dante Della Manna, de São Paulo, referindo-se ao colega Antonio Mantovani Neto.


Algumas dicas para sua obra sustentável:
- Grupo de Trabalho de Sustentabilidade da Asbea:
asbea@asbea.org.br
- Conselho Brasileiro de Construção Sustentável: www.cbcs.org.br

28 de novembro de 2008

Madeira Certificada

No Brasil 86% da extração da madeira é irregular, porém o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama se declaram incapazes de identificar e proibir a atividade madeireira clandestina. A Floresta Amazônica abastece 90% do mercado brasileiro, empregando mais de 2 milhões de pessoas e sendo responsável por 4% do PIB.
A acessoria do Ibama assume que não pode fiscalizar todo o comércio de madeira, mas está desenvolvendo sua própria certificação. A FSC (Forest Sterwardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) é uma ONG capaz de certificar madeira de forma isenta, verificando de forma rigorosa o manejo sustentável de uma região.
O mercado para a madeira certificada está crescendo, alguns países já estão proibindo a importação de madeira não-certificada, as empresas revendedoras também estão dando preferência a este tipo de madeira e alguns governos estão dando incentivos fiscais para construções verdes. No Brasil só existe uma empresa que revende exclusivamente madeira certificada pela FSC, que vende para empresas que têm consciência ambiental forte e designers ou marcenarias que precisam exportar seus produtos.
Considerando que o Brasil possui 850 milhões de hectares de florestas e apenas 2.300.874 hectares é certificada, é necessário conscientizar e estimular as pessoas a que não comprarem madeira ilegal, e criar legislações que impeçam a compra pelas Prefeituras. Esta é uma tarefa árdua devido a grande quantidade de pessoas trabalhando desta forma e a falta de fiscalização, mas devemos pensar no futuro do nosso planeta e cada um deve fazer a sua parte. Assim, estaremos preservando nossas florestas e ainda contribuindo pela desaceleração do aquecimento global que já está afetando a todos.

26 de novembro de 2008

E de novo a educação

E mais uma vez o investimento em educação aparece em nossa enquete como prioridade. Para os internautas, a educação não é somente uma questão essencial para uma cidade mais sustentável, mas também para que haja efetivamente a inclusão social. Na realidade, tudo isso está interligado. O acesso à educação é fundamental para que todos os cidadãos tenham oportunidades semelhantes, e estejam efetivamente incluídos em determinada sociedade, contando com serviços dignos, e assim, não havendo segregação por cauda de situação financeira. Porém, esta é uma questão não meramente quantitativa, mas também qualitativa, ou seja, não basta contratar professores e construir prédios para simplesmente colocarmos os alunos. O sistema de ensino deve também contar com profissionais qualificados e com ambientes adequados para a prática do ensino.

Mas será que os investimentos para esse setor estão sendo bem aplicados? De acordo com dados recentes divulgados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Governo nos últimos sete anos gastou oito vezes mais pagando juros do que investindo em educação.

É interessante vermos que essa falta de incentivo na educação está enraizada historicamente no Brasil. Nossa primeira Universidade foi fundada somente em 1934 (três séculos depois de outros países!). Pois é, assim não é fácil querermos ter um ensino top atualmente, mas quem sabe em um futuro próximo possamos nos orgulhar de nossa grande evolução e falarmos de nossa história de uma forma bem diferente.

24 de outubro de 2008

Em pauta: educação

Melhorar a educação é a principal solução para o Rio de Janeiro se tornar uma cidade sustentável. Pelo menos na opinião de quem votou na primeira enquete do nosso blog, o item que engloba educação e qualificação profissional foi o mais votado. Mas que educação é essa? Como anda o ensino no Rio de Janeiro?
Apesar de alguns números favoráveis, o ensino público no Rio continua longe do ideal. Segundo dados do IBGE, depois da implantação do sistema de ciclos, a defasagem idade/série caiu 15,5%, ou seja, os alunos estão na série ideal para sua idade. Porém, esses números positivos escondem uma verdade assustadora: 84,5% das crianças que não sabem ler, nem escrever estão matriculados em alguma turma do ensino fundamental ou médio.
O que não podemos fazer é colocar a culpa dessa situação no sistema de ciclos, pois a idéia dele é boa: não se deve aprovar ou reprovar, mas dizer aonde o aluno chegou para que no próximo ano retome-se o processo ensino-aprendizagem do ponto em que aquele aluno parou. Sem pular etapas.
O problema é que esse sistema com progressão contínua nunca existiu de verdade nas escolas do Rio de janeiro. O que era para ser uma solução à reprovação e manter as crianças estimuladas a estudar, acabou fazendo justamente o contrário: hoje, com a certeza de que, ao final do ano, passarão para próxima série independentemente de terem aprendido ou não, os alunos estão perdendo o estímulo para estudar.
É o caso de Isarrael, que aos quatorze anos está matriculado no quinto ano do ensino fundamental de uma escola municipal do Rio de Janeiro, mas não sabe ler ou escrever e por isso não consegue acompanhar os colegas de classe.
A causa para problemas que a educação carioca enfrenta não está somente no sistema adotado, ou na ausência dele. E a solução também não é fácil de encontrar. É claro que se precisa melhorar a infra-estrutura das escolas, qualificar os professores e conseqüentemente melhorar a qualidade do ensino.
Porém, conversando com alunos, pais de alunos, professores e especialistas em educação ficou claro que antes de qualquer coisa é necessário que haja uma ampla discussão para se encontrar o melhor caminho, o melhor sistema a ser seguido. E não decretar, de cima para baixo e da noite para o dia, dentro de uma sala isolada o futuro da educação.

8 de outubro de 2008

Nossa primeira enquete

Nossa primeira enquete chegou ao fim, e agora podemos ver o que o pessoal está pensando sobre as prioridades para um Rio de Janeiro mais sustentável. O item que engloba um aumento da educação e da qualificação profissional liderou nossa votação, seguido da despoluição da Baía da Guanabara e do item que abrangeu o sistema de coleta seletiva de lixo e a reciclagem, que apareceram empatados. Todos os itens da enquete têm alguma relevância para a discussão do crescimento sustentável da cidade do Rio, mas esses três fatores citados acima parecem preocupar mais as pessoas neste momento. Por isso, nos próximos dias, vamos nos focar nesses temas.

E você, o que você achou do resultado da enquete?

2 de outubro de 2008

Mercado bipolar

Economistas do mundo inteiro costumam dizer que a bolsa de valores é o termômetro do humor do mercado. Bem, se isso for verdade, podemos dizer que o mercado financeiro sofre do mal conhecido como transtorno bipolar, distúrbio caracterizado pela variação de humor entre euforia e depressão.

No último mês, retiraram os “remédios tarja preta”, entenda isso como a quebra de bancos e seguradoras americanos, do paciente (o mercado financeiro) e pronto, foi um Deus nos acuda, as bolsas do mundo inteiro entraram em parafuso. Isso mesmo, não foram só os países emergentes que sofreram o baque e começaram a variar diariamente entre altos e baixos, até as poderosas bolsas de Wall Street entraram no sobe-e-desce.

No dia em que banco americano Lehman Brothers quebrou, as bolsas despencaram; depois, subiram um pouco. E voltaram a cair pesado quando quem quebrou foi a seguradora americana AIG. Agora qualquer boato, principalmente vindo do Congresso americano, muda o humor dos investidores. A expectativa pelo “pacotão” não pára de balançar essa gangorra que virou o mercado financeiro.

Aí entramos em outra discussão. Esses mesmos investidores que sempre defenderam uma economia totalmente liberal, sem intervenções governamentais, foram vítimas de sua própria ganância e agora esperam que o governo venha com a solução para crise. Primeiro foram os bancos centrais que ajudaram, agora está todo mundo esperando que o tal “pacotão” multibilionário saia do papel e salve a economia mundial. Será isso mais um sintoma da bipolaridade do mercado?

Desse jeito é muito fácil ser irresponsável. No “novo modelo capitalista” inventado pelos poderosos de Wall Street quem paga a conta dos exageros cometidos dentro das bolsas de valores é a população. A idéia básica desse novo modelo é simples: privatizar os lucros e socializar os prejuízos.

26 de setembro de 2008

Para onde vão os Royalties do Pré-sal?

A confirmação do potencial do megacampo de Tupi, em águas profundas da bacia de Santos, e a conseqüente retirada de 41 blocos com potencial de petróleo na faixa "pré-sal" do litoral brasileiro trouxeram novos desafios ao governo e ao setor privado. O volume de royalties e participações especiais vai quase dobrar só com esse megacampo, parte das empresas privadas comprou no passado concessões em áreas que agora se revelaram mais "ricas" e cresce a discussão sobre o modelo de concessões e a distribuição dos impostos gerados pela extração do petróleo. O petróleo da chamada “camada pré-sal” ainda nem começou a ser extraído e a cada dia esquenta a disputa pela arrecadação de taxas governamentais que a nova província petrolífera vai representar.

Pelas regras atuais, num campo com alíquota de 10% (ela varia de 5% a 10%), a repartição dos royalties é a seguinte: 25% para Estados, 26% para municípios produtores e limítrofes, 18% para a Marinha, 13% para Ministério de Ciência e Tecnologia, 9% para o fundo especial (redistribuído para todos Estados e municípios) e 9% para cidades onde existam instalações de petróleo. No caso das participações especiais, os Estados ficam com 40%, o Ministério de Minas e Energia recebe 40%, e os municípios produtores, 10% - percentual idêntico ao do Ministério do Meio Ambiente. Segundo especialistas, o principal obstáculo à redistribuição está no fato de que qualquer mudança terá de ser feita pelo Congresso, abrindo espaço para que um sem número de emendas possa atravancar as discussões.

Propostas existentes para utilização dos royalties do pré-sal:

  • Criação de um fundo para a Marinha garantir segurança às plataformas de produção instaladas na região do pré-sal, a mais de 300 quilômetros da costa, defendido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim;
  • Criação de um fundo de combate ao aquecimento mundial com recursos do petróleo, proposta deixada em aberto pela ex-ministra do Meio ambiente, Marina da Silva;
    Transferência dos recursos do petróleo para investir no bem-estar social e políticas de educação, proposta defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Justiça, Dilma Roussef;
  • Criação de uma estatal para controlar o petróleo extraído da camada do pré-sal, tirando algum poder da agência reguladora do setor, ANP. Esta é a tese que enfrenta maior resistência entre os partidos.
  • Criação de um fundo nos moldes dos fundos soberanos, criados em países que têm no petróleo uma grande fonte de riqueza, como algumas nações árabes e a Noruega. Esses fundos aplicam recursos em projetos internacionais e conseguem, assim, manter a riqueza gerada pela exploração do petróleo. Defendido pelo presidente do BNDES, esta proposta é a que recebe maior apoio.


As propostas para utilização dos royalties da camada pré-sal ainda estão em discussão, o governo pretende ter uma proposta pronta depois das eleições municipais de outubro e apresentá-las ao Congresso no início de 2009, antes do início da campanha para as eleições presidenciais de 2010.

E você para onde acha que devem ir esses Royalties???

O saudável desafio da eficiência energética


Fonte: Gazeta Mercantil – 23.09.2008

Brasil - O aumento no preço dos combustíveis e a crescente demanda por energia podem prejudicar seriamente cidades, empresas e consumidores se não houver um comprometimento com a criação de tecnologias mais eficientes e com a economia de energia. Essa foi a questão levantada pela Conferência de Competitividade e Eficiência Energética, realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na última semana, em São Paulo.
Segundo dados da Organização Latino-Americana de Energia, a América Latina e o Caribe poderiam reduzir o consumo energético em 10% até 2018 se houvesse mais investimentos em tecnologia e equipamentos mais eficientes. O custo de 17 bilhões de dólares para atingir essa meta resultaria na redução de consumo de 143.000 GWh. Para atender a essa demanda por meio das tecnologias convencionais, os investimentos saltariam para 53 bilhões de dólares, montante necessário para construção de 328 usinas térmicas a gás natural. E se a tendência de crescimento do consumo energético persistir, a região precisará de 75% a mais de energia em 2030 em relação a 2004, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). Segundo o órgão, um grupo de 16 países industrializados, entre 1990 e 2005, conseguiu atender cerca de metade do aumento de demanda energética pela melhoria na eficiência do consumo.
No Brasil, há muito espaço para o ganho em eficiência energética, constata Roberto Vellutini, diretor de Infra-estrutura e Meio Ambiente do BID. "É necessário estender o conceito para edifícios e iluminação públicas, onde há espaço para a implantação de estruturas mais eficientes".
Além da ação dos governos, o empenho do setor privado é extremamente importante nessa fase de adaptação. Por meio do desenvolvimento de novas tecnologias com a perspectiva de um futuro mais eficiente, empresas colocam produtos inovadores no mercado e estimulam a conscientização de todo o setor para a economia de energia.
Estruturas mais econômicas
Atualmente, já existe uma grande preocupação ambiental em relação a novas construções, e o lançamento de edifícios energeticamente eficientes - uma das características dos green buildings, ou "edifícios verdes" - se mostra um atrativo de mercado. A Atlas Schindler, percebendo essa nova demanda crescente, desenvolveu uma linha de elevadores mais econômicos.
Com a substituição do sistema de tração tradicional por um mais moderno, as engrenagens e a construção de casa de máquinas não são mais necessárias. Somada às mudanças no acionamento e no controle das máquinas, essas características dos novos modelos representam uma grande economia. De acordo com Fabio Mezzarano, diretor de Novas Instalações e Modernizações da Atlas Schindler, os elevadores antigos utilizavam até 10 HPs (Horse Power - unidade usada para medir a força de motores). Hoje, essas máquinas utilizam por volta de 4.5 HPs. "É uma redução significativa em termos de consumo de energia, que chega a 70% se compararmos com as soluções anteriores", ressalta o diretor.
O sistema, desenvolvido pela matriz suíça da empresa, atende a demanda mundial crescente do green building, que representa uma tendência muito forte na Europa e agora se consolida também no Brasil.
"Eu diria que o green building já se tornou um pré-requisito na construção, não algo opcional, e sim uma demanda obrigatória. Nos últimos dois anos houve uma mudança muito forte no país, e a preocupação com a falta de energia cresce a cada dia", destaca Mezzarano. Nos próximos quatro anos, a empresa busca expandir a tecnologia a todos os elevadores, que atualmente é voltada para os mercados comercial e residencial de médio porte.
Parcerias em processos eficientes
Novas parcerias visando a economizar recursos não-renováveis e preservar o meio ambiente representam uma tendência para as empresas nos próximos anos, e aquelas que estiverem mais atentas a esse cenário podem desenvolver negócios lucrativos atendendo a nova demanda do mercado. Para economizar energia e dar um fim ambientalmente responsável a diversos tipos de resíduos, a Resotec, braço da Holcim, trabalha com o co-processamento. Os resíduos de outras indústrias são transformados em um material homogêneo, posteriormente utilizado como combustível para os fornos de produção de cimento, que consomem grandes quantidades de energia. "No Brasil e no mundo nós chegamos à substituição de 15% dos combustíveis tradicionais por meio do co-processamento", ressalta Edmundo Ramos, gerente da Resotec.
Para Ramos, esse tipo de trabalho conjunto tende a evoluir nos próximos anos. "Acreditamos muito nessas parcerias, pois existe uma grande busca por empresas confiáveis que garantam um destino correto para os resíduos. Estamos conscientes de que no futuro todas as empresas vão aderir a esse tipo de iniciativa para encontrar soluções alternativas aos processos atuais".
Outra possibilidade que se mostra bastante eficiente para redução do consumo de energia é a reciclagem. A Novelis investe nesse processo e transforma cerca de 107 mil toneladas de alumínio reciclado em novas chapas do material, através da captação de latas do mercado local e daqueles para onde exporta. Para a produção de uma tonelada de alumínio são necessárias cinco toneladas de bauxita, processo que pode ser evitado com a reciclagem e gera economia de 95% da energia elétrica necessária para a produção do metal primário.
TI reduzindo o consumo energético
Um segmento que vem ganhando força para a redução de energia é o de tecnologia da informação. Em 2007, a IBM anunciou o investimento de US$ 1 milhão por ano para o desenvolvimento de novos produtos e serviços de TI que ajudam a tornar mais eficiente o consumo de energia da própria empresa e de seus clientes.
A companhia percebeu a necessidade de adaptação em 1997, pois seus datacenters consumiam grandes quantidades de energia. A partir daquela percepção, a IBM começou a fazer um trabalho específico para a área. Nos últimos dez anos, consolidou 155 datacenters mundiais em apenas oito. "A empresa fez sua lição de casa. E com o resultado positivo que obteve, percebeu que tinha algo a oferecer para o mercado e para os clientes que também já começavam a estimular essa nova demanda", constata Adriano Barreto, executivo de Desenvolvimento de Serviços da IBM Brasil.
Com o projeto denominado Big Green, que abrange o diagnóstico, a construção, a virtualização, a gestão e a refrigeração de espaços, a empresa busca duplicar a capacidade operacional dos centros de processamento nos próximos três anos, sem aumento no consumo de energia. Com isso, a IBM lançou luz sobre uma questão que vinha tirando o sono das profissionais de TI. Tendo atingido a capacidade total dos datacenters, muitas empresas viram sua possibilidade de crescimento limitada e se encontraram diante da necessidade de fazer novos investimentos para mudar esse quadro. Mas com a otimização desses centros de processamento, a construção de novos espaços deixou de ser necessária e o consumo de energia pode ser muito mais eficiente.
"Quando fazemos um estudo dentro de um datacenter podemos alcançar uma economia de 25% a 50%. Isso é muito relevante se levarmos em conta que o custo da energia no país sobe a cada dia", destaca Barreto. Até 2011, a empresa pretende dobrar a capacidade operacional usando a mesma demanda energética.
Outra alternativa de TI que pode diminuir o consumo de energia é a tecnologia da telepresença. Com menos viagens para reuniões de negócios, o programa desenvolvido pela Cisco reduziu milhas de transporte e conseqüentemente a utilização de combustível necessária para as milhares de viagens que seriam realizadas por seus executivos. Por meio da telepresença, 11.461 carros deixaram de circular entre 2006 e 2008.
Além disso, todas as linhas de produtos da empresa são desenvolvidas visando a maior eficiência energética. Um exemplo está na linha de roteadores, que comparada à de quatro anos atrás, possui capacidade 20 vezes maior consumindo a mesma quantidade de energia.
"A partir do momento que você desenvolve um produto mais potente, que ao mesmo tempo não necessita de mais energia, auxilia na redução do consumo", avalia Rodrigo Uchôa, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cisco Brasil.
Mais consciência, menos desperdício
Em 2001, a crise energética que acometeu o país levou empresas, consumidores e governos a repensarem suas ações no que diz respeito ao consumo de energia. Atualmente, o crescente preço dos combustíveis também se tornou uma grande preocupação. De acordo com Osório de Brito, diretor do Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), houve uma grande conscientização na época, mas que depois perdeu força devido à falta de políticas adequadas. "Houve uma redução de quase 30% do consumo de energia por algum tempo, mas depois voltou tudo ao normal. Essa economia acabou sendo absorvida, consumida, e hoje voltamos para a mesma situação".
Muitos produtos têm sido desenvolvidos com o intuito de conscientizar e gerar uma economia efetiva para o consumidor. Entre os exemplos desse comportamento está a linha de refrigeradores mais eficientes da Bosch e Continental, que oferece até mesmo um controle automático que regula e reduz o consumo de energia nos períodos em que o refrigerador é menos utilizado.
Para Brito, a percepção desse tipo de ganho pode vir com o tempo se houver mais empenho. "É uma questão simplesmente de conscientização sobre as vantagens resultantes para o consumidor, consciência que ainda não é disseminada".
De acordo com Uchôa, diretor da Cisco, a movimentação do Brasil na área de eficiência energética cresceu consideravelmente de dois anos para cá e mudar a consciência de cada individuo sobre a utilização de energia faz parte desse desenvolvimento. "Seja através da economia de combustível, evitando uma viagem de carro ou de outras atitudes, acredito que a grande batalha das empresas seja a conscientização de todos os indivíduos".
Para Roberto Vellutini, do BID, faltam políticas públicas para incentivar uma maior difusão e adaptação de eficiência energética nos processos. "Começar a promover restrições e incentivos seria uma boa alternativa para conscientização".

Exposição: Arquitetura + Ecologia: uma visão alemã


25 de setembro a 22 de outubro

A partir do dia 25 de setembro, o Instituto Goethe começa a expor a primeira parte de uma série sobre a nova arquitetura da Alemanha. Será no Espaço Brasil Telecom, em Brasília.


Segundo a coordenadora da Exposição, Annsusanne Fackler, do Instituto Goethe, nos últimos anos, surgiram no cenário arquitetônico alemão, notáveis perspectivas para a configuração da vida moderna. "Ainda assim, em uma comparação com outros países, a sua importância não é devidamente reconhecida e a idéia de arte arquitetônica alemã está, freqüentemente, mais ligada a nomes do passado, como a Bauhaus, Peter Behrens ou Walter Gropius", esclarece.

A intenção dessa série de exposições é apresentar um diálogo dos diferentes conceitos culturais e sociais, por meio de exemplos de projetos contemporâneos. Na Alemanha, os últimos 30 anos foram marcados por, além de uma sucessão de movimentos e estilos, muita tecnologia e soluções inovadoras. A partir de um momento mais atual, a principal meta dos novos projetos passou a ser a relação entre a construção e o ambiente em seu entorno. "Não apenas o efeito estético, mas especialmente o efeito sobre todos os aspectos da vida cotidiana ganha em importância e a insere em um contexto muito mais abrangente do que aquele de um simples projeto a ser executado", comenta Annsusanne.

Os exemplos expostos mostram uma diversidade de novos desenvolvimentos na área da arquitetura sustentável, que podem ser encontrados atualmente por toda a Alemanha. Essa diversidade de formas de construção, economizando materiais e energia, como também as pesquisas na área de matérias-primas renováveis, equilíbrio energético ou ganho de calor, geram continuamente novas idéias, regulamentos e normas.

Entre os projetos, está um prédio de escritórios em Halensee, Berlim, no qual o espaço entre camadas age ao mesmo tempo como isolante térmico e acústico na barulhenta face oeste do edifício. Há, também, a casa solar Heliotrop®, que gira com o sol, de modo a obter a iluminação e o aquecimento ideais em todas as estações do ano e em todos os períodos do dia. O grande painel de células solares pode se orientar conforme o sol, otimizando o grau de aproveitamento da energia solar.

Debate - A exposição Arquitetura + Ecologia. Por conta disso, o Goethe-Zentrum promove, também, um debate no dia 1º de outubro, às 20 horas. Compõem a mesa os professores Jaime Gonçalves de Almeida e Alexandra Albuquerque Maciel, além do presidente honorário do Instituto, Hartmut Günther, como mediador. Diretor do Centro de Pesquisa e Aplicação de Bambu e Fibras Naturais, Almeida destaca a utilização dos materiais na arquitetura. Alexandra, doutora pela Universidade de Nottingham (Reino Unido), apresenta sua pesquisa sobre estratégias bioclimáticas em Brasília.

Local: Espaço Brasil Telecom
Endereço: Brasília Alvorada Hotel - SHTN Trecho 1 Lote 1B Conjunto C
tel: (61) 3306.2959

25 de setembro de 2008

Empregos

Hoje, uma das principais notícias do dia é a divulgação da taxa de desemprego do mês de Agosto pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE. A taxa foi de 7,6%, um número bem favorável se compararmos com o mesmo período no ano passado (9,5%). A pesquisa divulgou ainda que o número de trabalhadores em agosto foi de 21,8 milhões de pessoas, um aumento de 3,7% em relação à Agosto de 2007. Esta pesquisa é realizada mensalmente nas regiões metropolitanas de: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Uma recente pesquisa americana (Green Jobs: Towards Decent Work in a Sustainable, Low-Carbon Wordk) afirma que milhões de novos empregos podem ser gerados no mundo pela "economia verde". O Brasil é citado, por empregar 500 mil pessoas em atividades de reciclagem e gestão de dejetos. Com o aumento do preço das matérias-primas, esses setores devem crescer ainda mais, afirmam os pesquisadores. A economia verde engloba produtos e serviços de diversas áreas, como, agricultura, indústria,

É, parece que a causa por um mundo mais sustentável está mesmo em alta. Muito tem se falado sobre sustentabilidade e percebemos que a sustentabilidade não está ligada somente ao universo ambiental, mas também às esferas sócio-econômicas da sciedade. Essas últimas notícias, então, podem ser vistas com entusiasmo da perspectiva de um mundo e um Brasil mais sustentável. E que as próximas sejam ainda melhores!

23 de setembro de 2008

Fibra sustentável
















Material muito interessante para projetos preocupados com a sustentabilidade.
Descrição: Painel laminado composto por fibras de bananeira e resina de origem vegetal. A produção das lâminas de fibra de bananeira utiliza apenas bananeira, água e soda de origem natural (oriunda de cinzas vegetais).
Vantagens: A produção de banana gera como subproduto grandes volumes de tecido fibroso da bananeira, uma vez que após ser retirado o cacho os produtores descartam o pseudocaule da planta, deixando-o no solo para que se decomponha naturalmente. Tal processo gera diversos problemas, entre eles a broca da bananeira e a proliferação de fungos que causam doenças nos bananais, além da emissão na atmosfera de metano (CH 4 ), um dos gases responsáveis pelo efeito estufa. A matéria-prima para a produção do BananaPlac é justamente este refugo da agroindústria da banana.

Ao combinar o reaproveitamento de um subproduto da cultura da banana a um processo produtivo de baixo impacto ambiental, BananaPlac representa uma alternativa sustentável a diversos materiais, tais como laminados melamínicos (fórmica), compensados, aglomerados (MDF e OSB), chapas de fibra e diversos outros compósitos.
BananaPlac visa não só a criação de vantagens no âmbito ecológico, como também o desenvolvimento sócio-econômico das regiões bananicultoras (caracterizadas normalmente como locais de baixo indíce de desenvolvimento humano), uma vez que sua produção gera renda, capacitação e emprego para tais regiões.


18 de setembro de 2008

Banco Eletrônico

Lixo eletrônico vira banco para praças e parques públicos - por Inovação Tecnológica
Se a expressão "banco eletrônico" só lhe lembra do acesso via internet que você faz ao seu banco para pagar suas contas ou controlar seus investimentos é porque você ainda não viu a técnica que cientistas chineses acabam de desenvolver para reciclar a sucata eletrônica.
Bancos digitais
A equipe do Dr. Zhenming Xu, da Universidade de Shangai, desenvolveu um novo método de reciclagem que poderá transformar os
computadores de ontem, assim como todo tipo de aparelho eletrônico, em verdadeiros "bancos digitais."
Mas um tipo de banco que não lembrará em nada a velocidade que um dia foi a marca registrada desses equipamentos, que se tornam obsoletos muito rapidamente.
Reciclagem das placas de circuito impresso
Embora os metais contidos nos circuitos eletrônicos, como cobre, alumínio, e até ouro, já sejam reciclados, a maioria dos materiais não-metálicos continua sendo jogada em aterros sanitários. Só as placas de circuito impresso respondem por cerca de 3% de todo o lixo eletrônico, em termos de peso.
Os pesquisadores desenvolveram um processo industrial para reciclar esses materiais não-metálicos, criando um material intermediário que pode ser utilizado para a fabricação de bancos para parques e praças, grelhas para esgotos e cercas.
O material também pode funcionar como um substituto para a madeira e outros materiais estruturais, já que ele é tão resistente quanto o concreto armado, graças à presença das resinas e outros materiais fibrosos que compõem as placas de circuito impresso.

9 de setembro de 2008